quinta-feira, 31 de agosto de 2017

SURUBANDO: E AGORA, JOSÉ?



     Cássio que avalia Cartaxo que acha uma fofura por conta dos números; que escanteia Zé que acha legítimo seu desejo de mumificar-se no Redenção que faz críticas a Ricardo que acena pra Zé que não ama ninguém. Apertos de mãos, tapinhas nas costas, contabilidade eleitoral. Medem-se, 18cm de dedo eleitoral. Ricardo de longe analisa, faz crítica, chama pra briga que não é de levar desaforo pra casa. Nestas bronhas mentais que antecipam as campanhas o povo é quem sofre a dedada desta tal proctologia eleitoral.

Brasil, século XVIII


     
     Muitos alunos me perguntam qual o motivo de o povo brasileiro manter-se tão apático diante do quadro político-econômico-moral que vigora no Brasil do séc. XXI, mas cujo fundamento, guardada as devidas proporções, assemelha-se ao quadro político-econômico - tributário, sobretudo - à França do séc. XVIII. Muitos tentam uma explicação do tipo "vai com as outras" e aponta que o nosso principal desinteresse pela política é a corrução. Fosse isto mesmo, nunca mais o brasileiro deveria abastecer seus automóveis nos postos de gasolina, geralmente, os empresários do ramo são corruptíveis e corruptores, sonegadores fiscais e financistas de campanhas eleitorais em todos os níveis da federação; jamais deveriam entrar em lojas de chineses, pois aqui e acolá ouve-se falar de sonegação fiscal por parte deles, então, o que dizer dos donos dos hipermercados, de sapatarias como a Thiago Calçados, será que sonegam? E a a JBS - a Friboi -? Somos mesmos levados a crer por uma inteligência mediana que o nosso problema, pelo menos o que fundamenta a nossa apatia política, é a corrupção política. 
     Agora pense nas salas de aula do Brasil... Superlotadas, sem recursos didático-pedagógicos, professores vitimados, sem autonomia e autoridade. O menino solta um murro na cara da professora e há gente para defendê-lo nas redes sociais. Quantas bibliotecas existem nos bairros de João Pessoa? No Bessa, por exemplo, bairro da "granfinagem", não há. Contudo, sobra botecos. A equação é simples: concentração de gente burra é igual em medida a concentração de gente consumidora. Se falta instrução adequada, evidente, pouca ou nenhuma participação, posto que isto não traz nenhum prazer imediato como o álcool  e marisco comido à beira-mar.
     Ocorre que, então, o Brasil como a França do séc. XVIII está dividido em 3 Estados: O Político (executivo e legislativo atuais no Brasil) O Judiciário (os juízes brasileiros e seus asseclas) e O Povo. Sobre o povo pesa uma carga tributária terrível a sustentar os dois primeiros estados. Falta ao povo brasileiro, então, um Robespierre que lidere uma nova Assembleia Constituinte e declare a REVOLUÇÃO BRASILEIRA. Cabeças rolariam de cadafalsos, em praças públicas. O povo retomaria para si a direção de seu destino. Sustentar casas parlamentares é prejuízo à nação e ao povo brasileiro. Não faz sentido. É alimentar uma classe em prejuízo do povo. 
     O aluno, então, ponderou que seria melhor, neste caso, à volta dos militares e outro o retrucou a respeito das torturas e da falta de liberdade. Para surpresa deles, então, perguntei-lhes se havia uma diferença substancial entre democracia e ditadura. Calaram-se e ouviram. Se havia perseguição e morte, torturas no período da ditadura militar, no Brasil pós-1985 tudo isto continuou a ocorrer em uma dimensão, digamos, mais metafórica. Quando os recursos destinados à saúde são roubados o que que acontece ao paciente que precisa do medicamento e de médicos? TORTURA! Imagine um paciente com câncer em um hospital público sem recursos adequados para atendê-lo, posto que os recursos foram desviados para quaisquer lugares? TORTURA! Um país em que recursos da educação são congelados por 20 longos anos, com professores sem salários dignos, com prédios em ruínas, que é isto? TORTURA! Sem falar, como recentemente, declarou um capitão da guarda de São Paulo a acepção que a PM lá faz entre um bairro nobre e uma favela. Eu mesmo quando participei de uma banca destinada a avaliar a formação de PM's na Paraíba, lá em Mangabeira, ouvi de muitos a mesma coisa... Em Tambau, Manaíra e Cabo Branco a abordagem não pode ser a mesma que no São José, 13 de Maio e Mandacaru. Quem dentre nós conseguiria sobreviver com o salário mínimo que se paga no Brasil? Francamente, cavalheiros... Ninguém!
     As condições sociais, culturais, econômicas no Brasil são dramaticamente desiguais. Não há mais espaços para o diálogo com esta gente. Quem negociaria com o próprio assassino sua existência? Quem dentre nós negociaria com o próprio ladrão o seu roubo? Quem dentre nós poderá negociar com estes políticos, juízes que aí estão? Os espaços para o diálogo estão terminados. Que o povo brasileiro possa declarar a sua liberdade.

A VELHA SURUBA DE SEMPRE


          Aqui, acolá, alhures, em todo lugar, só o que se fala, se comenta, parlamenta-se é a re-aproximação política do grupo do senador Zé Maranhão ao grupo político-republicano do governador Ricardo Coutinho. Há até foto entre girassóis e pmdbistas lá em Brasília cantando e decantando os louvores e máximas políticas "PROGUESSISTAS". 
               Contudo, sabemos nós, gente honrada, que é só mais uma SURUBA POLÍTICA, como sempre. A propósito, quando um MARANHÃO atola um dedão num girassol que Frankenstein daí resulta?